domingo, 17 de abril de 2016

Novos recursos de controle



Controle de tráfego em tempo real pode ser alternativa a obras viárias para aumento de capacidade de vias
Aumento da infraestrutura de telecomunicações tem facilitado implantação de semáforos inteligentes
Por Gustavo Coltri
Edição 57 - Abril/2016


Sensores em campo 'contam' veículos para nortear ação de controladores e da central de gerenciamento de tráfego







A expansão das redes de fibra ótica nas grandes cidades brasileiras nos últimos anos, os investimentos em modernização de equipamentos e o estabelecimento de protocolos técnicos unificados para os fornecedores têm tornado mais fácil a disseminação dos sistemas de controle de tráfego em tempo real no País. Os semáforos inteligentes são capazes de reduzir o tempo de parada nos cruzamentos e aumentar a velocidade média dos veículos nas vias com muita variabilidade de movimento, além de permitir prioridade a ônibus municipais, ambulâncias e veículos a serviço do Estado. Por outro lado, são uma alternativa às obras civis de infraestrutura, nem sempre possíveis de realizar em decorrência de dificuldades financeiras das prefeituras e de desafios de execução.

A tecnologia garante maior eficiência no fluxo de carros nas interseções ao contar com um sistema adaptativo. Sensores instalados nas vias detectam o movimento de carros e passam os dados a controladores de tráfego capazes de definir localmente, por meio de uma análise algorítmica, a combinação mais adequada de tempos para um conjunto de semáforos interdependentes, priorizando a passagem de veículos na via que está com maior movimento. Já os controladores de tempo fixo, mais comuns, baseiam sua atividade em uma tabela de horários previamente estipulada com base em informações coletadas em campo (saiba mais da tecnologia inteligente na reportagem ao lado, da seção Soluções Técnicas).

A adaptabilidade dos semáforos em um curto período deve-se à eficiente comunicação do sistema - por meio de rádio, internet ou fibra ótica. Os sensores de detecção veicular são capazes de detalhar o fluxo de carros em cada cruzamento e transmitir rapidamente as informações aos controladores e à central de gerenciamento de tráfego. O processamento eletrônico garante também uma rápida resposta, fazendo com que o efeito da mudança de tempos semafóricos beneficie os mesmos veículos que a motivaram. Daí a expressão 'tempo real'. 'Para isso, as cidades necessitam de uma robustez na infraestrutura de comunicação', diz o professor Marcio Lobo Netto, do Núcleo de Ciências Cognitivas e Vida Artificial do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).


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