Controle
de tráfego em tempo real pode ser alternativa a obras viárias para aumento de
capacidade de vias
Aumento da infraestrutura de telecomunicações tem
facilitado implantação de semáforos inteligentes
Por
Gustavo Coltri
Edição
57 - Abril/2016
Sensores em campo 'contam'
veículos para nortear ação de controladores e da central de gerenciamento de
tráfego
|
A expansão das redes de fibra
ótica nas grandes cidades brasileiras nos últimos anos, os
investimentos em modernização de equipamentos e o estabelecimento de protocolos
técnicos unificados para os fornecedores têm tornado mais fácil a disseminação
dos sistemas de controle de tráfego em tempo real no País. Os semáforos
inteligentes são capazes de reduzir o tempo de parada nos cruzamentos e
aumentar a velocidade média dos veículos nas vias com muita variabilidade de
movimento, além de permitir prioridade a ônibus municipais, ambulâncias e
veículos a serviço do Estado. Por outro lado, são uma alternativa às obras
civis de infraestrutura, nem sempre possíveis de realizar em decorrência de
dificuldades financeiras das prefeituras e de desafios de execução.
A tecnologia garante maior
eficiência no fluxo de carros nas interseções ao contar com um sistema
adaptativo. Sensores instalados nas vias detectam o movimento de carros e
passam os dados a controladores de tráfego capazes de definir localmente, por
meio de uma análise algorítmica, a combinação mais adequada de tempos para um
conjunto de semáforos interdependentes, priorizando a passagem de veículos na
via que está com maior movimento. Já os controladores de tempo fixo, mais
comuns, baseiam sua atividade em uma tabela de horários previamente estipulada
com base em informações coletadas em campo (saiba mais da tecnologia
inteligente na reportagem ao lado, da seção Soluções Técnicas).
A adaptabilidade dos semáforos em
um curto período deve-se à eficiente comunicação do sistema - por meio de
rádio, internet ou fibra ótica. Os sensores de detecção veicular são capazes de
detalhar o fluxo de carros em cada cruzamento e transmitir rapidamente as
informações aos controladores e à central de gerenciamento de tráfego. O processamento
eletrônico garante também uma rápida resposta, fazendo com que o efeito da
mudança de tempos semafóricos beneficie os mesmos veículos que a motivaram. Daí
a expressão 'tempo real'. 'Para isso, as cidades necessitam de uma robustez na
infraestrutura de comunicação', diz o professor Marcio Lobo Netto, do Núcleo de
Ciências Cognitivas e Vida Artificial do Departamento de Engenharia de Sistemas
Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Nenhum comentário :
Postar um comentário